terça-feira, 28 de julho de 2015

Educação: O que é necessário mudar?



O tema sobre o que é necessário mudar na educação é repleto de viés. Eu não concordo é que ainda, quando se comenta sobre as mudanças na educação, venham grupos, facções de especialistas que ainda propõe fazer reuniões intermináveis para avaliar, para depois traçar metas, apontar o caminho.

O que mais é necessário o que é que falta para nós sabermos sobre as necessidades, básicas, específicas, fundamentais para a educação? Não temos dados e informações suficientemente claras sobre o que funciona e o que não funciona na Educação? Sou dos que, juntamente com minha esposa, parte daqueles que, sentados em uma breve conversa, elencar mudanças necessárias na educação. Eis então uma pequena lista:
  • A questão do salário dos professores.
É preciso melhorar o salário inicial, de carreira e final dos professores. Isto não é novidade! Já escrevemos textos recentes em que reconhecemos e fizemos comparações diversas quanto ao salário do professor.

Entretanto, é bom, não confundirmos: pagar salário compatível, digno, justo com valorização do professor, que é, uma matéria mais ampla, específica e necessária. 

Sou dos que pensa, e defendo que, a balbúrdia que é as remunerações dos professores, se deve à situação e divisão de responsabilidades quanto à educação nacional. Existem leis, mas, necessita-se de universalização quanto as garantias, aos direitos, aos deveres de cada ente federativo. 
Normatização do que cada um é responsável e em especial, mudar, a regulamentação orçamentária para, inverter a pirâmide das remunerações. Onde existir maior demanda, maiores e melhores recursos.

Se, os defensores dos menores criminosos, dizem que o problema é que o ECA não é/foi/tem sido bem aplicado, na educação, pode-se argumentar, que o FUNDEB não é aplicado, e ou, está sendo mal aplicado. 
  • Aos melhores alunos, as primeiras e melhores oportunidades.
Nos esportes é assim! O melhor atleta tem mais patrocínio; ganham mais troféus, são mais bem vistos. Os melhores lutadores de MMA tem prêmios extras, além do valor de cada luta; os melhores vendedores têm mais prêmios das empresas... são, muitos exemplos, que posso citar para comprovar que aos melhores, as primeiras e melhores oportunidades são oferecidas.

Por abandonamos esta linha da educação que sempre foi útil para oportunizar ascensão social a quem mais se dedica aos estudos? Pelo que substituímos, certamente, até o momento, não foi capaz de, apesar dos anos, mostrar resultados.

A educação pública necessita de um plano de carreira para exibir aos alunos. Evidentemente, que, não iremos obter 100% de ascensão, mas, os alunos poderão competir para obterem as vagas disponíveis, e, o fato deles estudarem para obter tal colocação, o fará, ao menos, alunos bens instruídos, com conhecimentos diversos. 

Os demais alunos, que participaram, e não conseguiu aquela vaga, estará apto para outros cargos, outras funções, outros empreendimentos, outros caminhos. Afinal, o conhecimento, abre a focal e expande os horizontes.
  • Mudar o sistema, implantar um sistema, que tenha um sistema. Um sistema que funcione.
Para os leigos, mais leigos do que nós, a escola de hoje, ou, a escola após a década de 1990, tem muitos departamentos, exige muito dos pais e dos alunos, dividiu-se em muitas cascatas e iterações, e que tudo isto, só atrapalhou!

Escrevo isto com a constatação óbvia, de que, antes da década de 1990, as escolas tinham poucos departamentos, poucos recursos, poucos profissionais envolvidos, e, a impressão, é que funcionava melhor.

Esta situação está assim, segundo o senso comum, pelos muitos vieses ideológicos, pelas muitas adoções de pautas, pelas muitas e inúmeras cargas horárias de matérias que, para muitos pais, não faz sentido, a escola implantar em sua grade curricular.

Há uma inúmera pauta a ser aplicada: por cidade, por região, por condição financeira, social, localização geográfica, por gênero ... e nós ficamos a mercê de certos aventureiros no meio educacional, com a clara demonstração, que não existe um norte, não existe um eixo, não existe no céu estrelado um Cruzeiro do Sul, um farol que aponte para uma direção, para a direção.

É preciso cobrar de Dilma a implantação da escola de tempo integral, criando infraestrutura para isso, iniciando nas periferias das grandes cidades, com uma meta de atingir um milhão de alunos em locais onde se tem os maiores problemas com violência e abandono escolar.
  • Instalação e modernização das escolas.
Em outros textos, aqui no blog, já apontamos os benefícios de uma padronização. À padronização, é essencial que se acompanhe com modernização das escolas. Atualmente é impensável escolas que não tenham computadores, rede local de computadores, bibliotecas físicas e virtual, internet sem fio para alunos, técnicos, e quiçá para alunos, pais e funcionários.

Constatamos que não existe boa implantação, e pior ainda, existem milhares de escolas em condições precárias, e que, são lugares impróprios e sem condições de funcionamento de uma escola. Esta situação, é, sem dúvida, reflexo da má gestão pública dos recursos. 

Ou seja, esta questão da escola pública, passa pela agenda política. Neste caso, e por este caso, a situação está como está. Não temos notícias de boas ideias nas últimas gestões públicas nas últimas décadas.
  • A educação não tem recursos, mas, tem recursos para a educação.
Para os últimos governos (Lula, 8 anos, e Dilma, nos 5 anos até agora), vimos uma guinada do governo para a iniciativa privada, e isto, é para nós, algo a ser questionado, pensado, refletido. Afinal, o governo tem investido bilhões em recursos para a educação, mas, através de parceiras do governo com o financiamento para que alunos estudem em escolas privadas.

Os recursos destinados ao FIES e ao PROUNI tem que ser questionado: E se, estes recursos fossem destinados a implantação, modernização e padronização das escolas públicas?

Evidente que não somos levianos a ponto de pensar em acabar com os programas que agora atendem a milhões de estudantes, mas, é de se pensar no caso, de avaliar se não teremos melhores escolas públicas, universidades públicas, escolas técnicas públicas com melhores profissionais, melhor grade curricular, com todos estes recursos encaminhado para a iniciativa privada, que, tem provado ter em quantidade, não tem melhorado e expandido em qualidade.
  • Dessindicalizar e despartidarizar e reformular o currículo educacional
Vemos, com muita leitura, observação, participação que a educação brasileira foi sindicalizada, partidarizada e com pautas curriculares, não grade curricular aproveitável.

Aceitamos os sindicatos como entes que existem como representantes das suas diversas classes e categorias; reconhecemos os avanços em categorias e classe que tiveram seus direitos debatidos e regulamentadas pela força e representatividade sindical.

Porém, contudo, e, no entanto, não é aceitável, que os sindicatos ligados à educação, representantes de professores, e todas as classe representadas, imponham à classe e às categorias, pautas educacionais, matérias e conteúdos desnecessários à educação. O que nos leva a segunda constatação, que, por isto, há sim, uma grande partidarização na educação pública.

Uma filiação partidária que, estando alojada, em sindicatos, tem tido por hábito, desejo, vontade e aproveitando-se do poder da representatividade, apontar conteúdos, pautar currículos, grades, métodos, modelos. Isto tem que ter um fim, e logo.

Muitos leigos, mais leigos do que nós, estranham que os filhos recebam algumas matérias, e conteúdo, que, décadas atrás, não era essencial, muito menos era cogitado por educadores, mestres, ministros, governos, estarem nas grades curriculares como essenciais e necessárias.

Muitas matérias são inseridas como lei, e, no entanto, não vai adiante, como por exemplo, Lei 10639 que impõe à educação, esta obrigatoriedade:
Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-brasileiras. 
 § 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. 
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

Por óbvio que isto suscita pergunta do tipo: A matéria História, História Geral, História do Brasil não contempla o que está na lei? De resto, posso garantir, que desta lei, o Dia da Consciência Negra, todo ano é comemorado, lembrado, citado, noticiado.
  • Sobre a reformulação do currículo.
Às vezes, vejo reportagens sobre educação, que eu me sinto pasmo. Mas, este meu pasmado é visto como segregação. 

Hoje a escola tem mais matérias, tem mais conteúdo, tem mais horizontes, tem mais, para usar a expressão tipicamente deles, SABERES. E cada vez, tantas vezes mais, mais a escola está tendo a necessidade de inserir nova e mais matérias, mais conteúdo em sua grade. Minha inquirição tem sido a mesma: de qual conteúdo a escola cortou horas de aulas para terem condições de aplicarem tais conteúdo?

As matérias mais sacrificadas, tem sido gramática e matemática. Mas, isto é conteúdo para outro texto. Em minha opinião, a educação nacional, tem que ter um currículo nacional, tem que ter e propor uma ementa nacional, com eixos temáticos, com conteúdo básicos, essenciais, que devem ser ensinados, avaliados, exigidos.

Não sou dos que, vai argumentar, que a escola tem que ensinar a cidadania, que a escola tem que ter uma função social. Sou dos que pensa, e defende, que na sociedade atual, cidadania e função social é importante, mas, o aluno busca na escola conteúdo e ascensão social, condição de competir no mercado de trabalho, condição de obter conteúdo que lhe abram os horizontes, que lhe dê condições de trabalhar menos, e ganhar mais.Mas, existem milhares de defensores de utópicas e caducas ideologias educacionais "paulofreirianos" que são contrários ao que as famílias exigem, e que, os jovens querem.

A escola tem que ter esta visão e empenhar-se para oferecer à sociedade e a seus membros, o que lhe exigido. A cidadania é exigida no contexto do que a sociedade está exigindo jovens com instrução, capacidades científica, adaptação a novas realidades e evolução constante.
  • Sobre os métodos de avaliações
Juntamente com as pautas dos sindicatos, os currículos e pautas partidarizadas, algo na educação que, nas últimas décadas tem sofrido grande ataque, são os métodos de avaliações. É inacreditável que entre os educadores exista tamanha cisão, celeuma, sobre o tema. 

Cada ano que a sociedade avança, a cada nova revolução, a cada novas tecnologias, tem a educação de começar uma série de debates sobre o que deve ser avaliado, como deve ser avaliado, os benefícios disto e daquilo, se pode isto, e por que não pode.

Um pai, numa reunião gritou, pois estava no fundo: - Gente! Como é que se sabe que uma pessoa sabe somar, diminuir, subtrair, dividir? Coloca ele para fazer atividades que exijam isto dele. - Desta opinião, a escola passou a fazer avaliação de seus alunos em simulação de compra, vendas, medição, e outras atividades que exigiam dos alunos os conteúdos.

Os alunos continuaram a ser avaliados, mas, mudaram o modo de avaliar. Há espaços para a inovação. Há espaço para a criatividade, o que não é aceitável, é que a educação não tenha meios de avaliar, e acompanhar os alunos desde que ingressaram, percorreram, e como estão saindo do ambiente escolar.

Concluo com as palavras de José Francisco Soares, mestre em Estatística e pós-doutorado em Educação:
O salto que precisamos dar de imediato é o de poder captar o que a escola acrescenta ao aluno, mas também precisamos de uma escala de conhecimento científico, além das disponíveis (leitura e matemática). Está claro que precisamos nos perguntar quanto de conhecimento científico os alunos do sistema têm.