quinta-feira, 16 de junho de 2016

Ensinar não é o mesmo que preparar para o ENEM

Esta semana entrei num debate com os professores e orientadores que dirigiam a reunião de pais. O debate teve início quando discordei das insistentes e incisivas afirmativas deles de que nossos “alunos estão preparados para o ENEM de cada ano”. Temos um grande problema na educação brasileira que é o despreparo dos professores de todos os níveis: básica, média, técnica e superior.

Infelizmente milhares de professores estão aptos a explicar várias ideias sem fundamentação de Paulo Freire do que explicar as questões dos gabaritos das provas que eles copiam do todo poderoso Google.

Levei ao conhecimento da orientadora pedagógica da escola a desconfiança e os comentários que ouvi dos alunos que estavam estudando na minha casa. É funesto saber que os alunos detectam rapidamente as fraquezas e deficiências de seus professores, e pior, os professores viram alvos de chacotas, pilheria, algazarras e perda de confiança. Não há como um professor, que não sabe explicar o porquê as questões de um gabarito está errada, nem tão pouco sabe explicar por que a opção está correta, ter o respeito e obter o máximo de atenção dos alunos, afinal, os alunos já os classificam como ineficientes, incapazes e hipócritas.

Em minha visão sobre a educação, afirmo que o problema da nossa educação, é muito mais agudo do que apenas “falta de recursos”, “professores com baixos salários”, “escolas sem infraestrutura”; ... etc. O nosso problema começa com as ideias pedagógicas de Paulo Freire; aprofunda-se com o tal do socioconstrutivismo de Jean-Paul Sartre, e outras coisas como mesclagem de ideologias políticas e partidárias na educação.

Fiz curso superior e curso técnico. No ensino superior vi grandes deficiências nos professores, que estavam mais preparados para defender teses políticas, do que ensinar o conteúdo das ementas apresentadas; na maioria das aulas com certos professores, a aula era apenas orientação e ou apenas notificações do que deveríamos estudar, pesquisar e enviar para o Ambiente. No curso técnico, dos muitos professores, apenas dois, eram de fato bons em ensinar a técnica e transferir os conteúdos exigidos.

Muitos colegas de cursos, superior e técnico, apresentavam deficiência graves na sua formação. Muitos deles mal sabiam corretamente; outros não apresentavam conhecimentos básicos de aritmética; conhecimentos intermediários do ensino médio para muitos era “a coisa mais difícil que nunca aprendi”, tais como: regra de três, porcentagem, razão, proporção, etc.

Até para estes alunos com deficiência um professor mal formado é uma péssima contratação. Para solucionar o caos educacional, penso que, tanto a educação privada quanto a educação pública deve ter métodos, meios e processos seletivos, e que, sejam rigorosos, pois, esta situação, atrapalha a educação e atrapalha o desenvolvimento do Brasil.

Outra questão que afeta todo o país, é o fato de que, servidores públicos tenham estabilidade; que quem passa em concurso, após, xis meses de trabalho, o Estado não possa mais demitir. Isto é algo, penso eu, deveria mudar. Passou no concurso; foi contratado; não rende, não é competente; rescisão contratual em qualquer época. É lamentável a quantidade de professores, instrutores totalmente improdutivos, ineficiente, incapazes que ocupam as salas de aula da educação nacional. Muitos servidores públicos, mesmo provado a sua completa incapacidade, incompetência para o cargo, trabalho, função, não é demitido pois, há leis que o protege, bem como, há uma leniência e conveniência no meio. Lamentável.

A solução para mim passa por estes pilares:

  • Reforma no curriculum educacional: básica, média, técnica e superior;
  • Poder demitir quem não é eficiente, capaz e produtivo
  • Eliminar da grade educacional a pedagogia do oprimido; isto é coisa mofa
  • Exigir produtividade dos professores da educação básica, média, técnica e superior; os melhores, terão prêmios, promoções, eventos, etc.

O resumo nefasto a que combati na reunião, foi que, a escola deve ter sua meta, não preparar os alunos para o ENEM, e sim, o educar, o ensinar, o conduzir ao conhecimento, como preconiza a pedagogia!

enem-5216

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