terça-feira, 16 de junho de 2015

A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO, A QUALIDADE DA APRENDIZAGEM, A QUANTIDADE DE ALUNOS E A CAPACIDADE DO PROFESSOR


Há, faz muito tempo, uma luta por mudanças quanto à quantidade de alunos em sala de aula. Segundo os defensores da causa, a ideia é melhorar a qualidade do ensino, mudar a qualidade da educação, apesar de, não apresentarem dados que comprovem tal realidade. Antes de avançar no eixo do tema uma afirmação em letras maiúsculas: NÃO EXISTE LEGISLAÇÃO QUE IMPONHA UM LIMITE DE ALUNOS EM SALA DE AULAS

Existe o debate sobre o tema e existe a teoria de que um professor com menos aluno para ser atendido por ele, uma menor quantidade de alunos em cada sala para cada professor, talvez, seja possível fazer com que os alunos aprendam mais, aprendam melhor. Os que defendem a tese de que a qualidade da educação é ruim por que as salas de aulas têm alunos demais, não conseguem explicar, por que não existem melhor qualidade na aprendizagem dos alunos, quando há o esforço em manter uma quantidade razoável e exigida de alunos em cada sala de aula.

Alguns teóricos, professores, diretores, especialistas em educação, pais e sindicatos propõe a seguinte quantidade de alunos, idades e ambiente educacional:
EDUCAÇÃO INFANTIL
  • 0 a 2 anos: 7 alunos;
  • 3 a 4 anos: 15 alunos;
  • 5 anos: 20 alunos.
ENSINO FUNDAMENTAL
  • Anos iniciais: 1º a 5º ano: 25 alunos;
  • Anos finais: 6º a 9º ano: 35 alunos.
  • Ensino médio: 40 alunos.
EDUCAÇÃO SUPERIOR:
  • 50 alunos
A tese de que teremos melhor qualidade na aprendizagem por parte dos alunos, que teremos professores mais dedicados e em condições de produzir mais e melhor, e consequentemente melhorar a qualidade parece, ao senso comum, verdadeira, correta e necessária. Mas, na prática e com dados empíricos não temos tal comprovação. A primeira ideia que nos vem à mente é que, um professor com poucos alunos, os alunos terão condições de prestar atenção melhor, que os alunos se interessarão mais pelo conteúdo, que com menos alunos, o rendimento dos alunos será melhor. 

Tem-se neste quadro a relação de quanto menor a quantidade de aluno, mais o aluno aprenderá. Então, se, quanto menos alunos existirem para um professor por turma, e se, é esta a condição para o sucesso e a condição máxima para melhorar a qualidade da educação, o bom mesmo seria turmas com no máximo dois alunos! É uma observação irônica, mas, que nos leva a reflexão contrária. Ou seja, não é verdade! Não é garantido que, havendo menos alunos, haverá melhor aprendizagem. Não existe esta garantia.

Pensamos e defendemos a redução de números mínimos e máximos de alunos em salas de aula. Os motivos são, nesta ordem: o professor, o aluno, a qualidade da educação. Pois, por raciocínio lógico pode-se concluir que, professores em condições de melhor planejar, executar e atender, reflete no aluno em condições de melhor aprender, o que reflete diretamente e proporcionalmente na qualidade da educação. 

Pensamos que professores com quantidade xis de alunos, tenha condição de trabalhar em condições adequadas, o que pode refletir na qualidade das aulas, na qualidade no acompanhamento, na qualidade do atendimento ao aluno, na qualidade do desenvolvimento profissional, social, cultural de todos os envolvidos no processo da educação [...] e que no final, refletirá sobre a qualidade da educação; porém, é duvidoso, ou sem comprovação de que, tal condição, menor número de alunos por turma, classe ou sala de aula, melhore a capacidade cognitiva individual de cada aluno.

A realidade é que, mesmo que exista turmas com no máximo 25 alunos, um professor, por exemplo de língua portuguesa, contratado para uma jornada de 40 horas de aulas semanais, terá durante a semana de aula letiva, mais do que 25 alunos. 

A realidade aponta para mais de uma centena de alunos atendidos, pois, as escolas matriculam xis números de alunos em xis quantidade de turmas, e assim, seriam 25 alunos no oitavo ano A, mais 25 alunos no oitavo ano B, ...etc, em que apenas um professor terá que dar aula, gerenciar o ambiente, por ordem, exigir silêncio e colaboração, ser simpático, ser didático, ser produtivo.

A educação atual é muito mais do que apenas ensinar ao aluno o conteúdo programático da ementa. Os professores, corpo técnico, corpo administrativo lidam muito mais no dia-a-dia do que apenas conteúdos; lidam com crianças, adolescentes, jovens que necessitam de acompanhamento técnico, profissionais diversos com especializações diversas, e mesmo assim, a qualidade da educação ainda é vista como precária e deficiente. Há fortes e constantes conflitos morais, éticos, de valores que chegam e atravessam os portões das escolas. 

Os professores são hoje, mais do que meros replicadores de conteúdo. Se antes, os professores mais aptos eram aqueles formados em cursos técnicos e básicos de magistério, os professores da atualidade, necessitam de graduação, pós-graduação, doutorado, mestrado e especializações diversas, e todas as exigências devem ser atendidas e cumpridas dentro das horas disponibilizadas, nos calendários disponibilizados. Com exigências maximizadas e auxílios minimizados. 

Por exigência do Estado e pela deficiência estrutural das famílias a escola se tornou também a responsável pela educação emocional, moral, ética, e, ainda que exista intenso debate, tem sido também, a orientadora espiritual de crianças, adolescentes e jovens. Houve um tempo, e faz algum tempo, em que a escola ensinava os conteúdos das ementas, e corrigiam aqueles que estavam tentando distanciar dos conceitos e valores que as famílias passavam para seus entes. 

Hoje, há uma heterogeneidade de tipos de famílias, valores, saberes em conflito, até mesmo com os valores e costumes mais tradicionais e aceitos como modelo familiar. Por estes, e por alguns outros motivos, somos favoráveis, que, uma vez que não existe legislação sobre o tema, que ao menos os diretores tenham condições para fazer cumpri esta necessidade básica, que refletirá na qualidade da educação do munícipio, do Estado e de nossa nação.

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