domingo, 28 de junho de 2015

NÃO É A MÁ REMUNERAÇÃO DO PROFESSOR A RESPONSÁVEL PELA BAIXA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO!

No texto A BAIXA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO E O PROFESSOR MAL REMUNERADO comentamos e quisemos fazer comparações e relação de causa e efeito entre as informações de senso comum, que é uma visão, no mínimo desprestigiadora para quem trabalha com a educação no Brasil, afinal, assumir que existe uma baixa qualidade educacional, e que, está baixa qualidade está diretamente relacionada com a mal remuneração do professor, além de desprestigiar, assume-se também a ideia de que a população se acomoda com a situação na seguinte lógica: não posso reclamar da qualidade, por que os professores recebem uma mal remuneração.

Pois bem! Seguindo o conteúdo do tema, mas, fazendo a inversão do título: A mal remuneração do professor é responsável pela baixa qualidade da educação ou, além de ser mal remunerado, há outros elementos que contribuem diretamente para esta baixa qualidade?

Continuemos com as indagações. O que é que se defende como qualidade da educação? A qualidade da educação pode ser visto de vários ângulos.

Os responsáveis por educandos, defendem que a qualidade da educação pode ser medida pelo grau de aprendizagem e como os indicadores de conhecimento dos alunos em provas, concursos, vestibulares, ou seja, para muitos, a qualidade pode ser medida pela quantidade de alunos que aprendem e dominam os conteúdos; em um resumo simples, o senso comum aceita como qualidade, o fato de que, se na escola se aprende o necessário e básico como ler, escrever, interpretar, contar, resolver questões de matemática, física, conhecer conteúdos de história, geografia, ... e além dos conteúdos, se no ambiente escolar, é possível perceber o desenvolvimento social, se há respeito, se há convívio sociocultural.

Para alguns administradores a qualidade, entre outros indicadores, podem apontar o sucesso da escola em formar e fazer com que os alunos evoluam no período em que ingressam na escola e como saem dela; há provas que são feitas com os ingressantes, e, provas que são realizadas com os que estão deixando a escola para medir, se a escola tem atingido estatisticamente a qualidade proposta.

Para quem está inserido no contexto da educação, e que, trabalha diretamente com a educação, possivelmente já tenha tido conhecimento sobre os sete elementos que apontam para uma educação de qualidade, e ou, que haja qualidade na educação. Os sete elementos ou dimensões de indicadores da qualidade da educação são:
  1. Ambiente educativo;
  2. Prática pedagógica;
  3. Avaliação;
  4. Gestão escolar democrática;
  5. Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola;
  6. Ambiente físico escolar;
  7. Acesso, permanência e sucesso na escola;
Entre os indicadores da qualidade da educação a remuneração do professor não é um indicador referenciado que contribua para a boa ou má qualidade da educação. Remuneração dos professores é um tema administrativo, e para muitos, é de viés político. Se bem, que, em escolas não públicas, ainda que se tenha baixa remuneração, se exige maior empenho dos profissionais contratados.

O estranho nesta equação da remuneração é que, existem professores que, ganhando a baixa remuneração pública, é avaliado como aquele que contribui com a baixa qualidade da educação, mas, este mesmo indivíduo trabalhando no setor privado, com remuneração menor contribui com a diferença da qualidade da educação privada. Por este ângulo, pode-se ver algo a mais quanto à produtividade e qualidade da educação, afinal o que é que existe na educação privada que não existe na educação pública que o mesmo indivíduo com remuneração diferente é responsável por qualidades de diferentes?

Em nossa opinião, é a diferença entre o público e o privado é que contribui para este desempenho diferenciado.

Para a pergunta: a má remuneração do professor é a responsável pela baixa qualidade na educação? A resposta é: Não! No, entretanto, aceitar, propagar e pensar que a baixa qualidade da educação está diretamente ligada à baixa remuneração dos professores é pechar sobremaneira a classe, a categoria de homens, mulheres, empenhada as vezes por ideologia, por acreditar na utópica vontade de transformar o mundo, melhorar a sociedade, contribuir com o bem social. Não é aceitável “punir” a categoria com mais uma desinformação como esta de atrelar a baixa qualidade da educação com os profissionais da educação que recebem baixa remuneração.

A má remuneração dos professores é não responsável pela baixa qualidade da educação. Hoje! A atual situação da escola é muito diferente da escola de pelo menos quatro décadas.

No passado a escola representava um símbolo que hoje está desgastado, inutilizado. As escolas têm mais profissionais envolvidos; tem mais e melhores profissionais contratados; muitas escolas tem professores, técnicos, psicólogos, terapeutas, auxilio de órgãos como Conselho Tutelar, CREAS, e outros organismos, mas, a escola perdeu sua principal base: a família.

Podem elencar os elementos indicadores. A escola hoje tem um ambiente educativo melhor; os professores adquiriram e tem melhores Práticas pedagógica; mudou-se e tem buscado a cada ano melhores tipos de avaliações; as escolas tem tido melhor gestão, e mais gestão democrática, a formação e as condições de trabalho dos profissionais da escola tem melhorado nas últimas décadas; O ambiente físico escolar tem melhorado e tem ampliado o ambiente físico proporcionando condições, conforto; O acesso, permanência e sucesso na escola tem sido buscado com esforço, dedicação, eficiência, eficácia e profissionalismo.

Então, diante do quadro atual, por que motivo, ou por quais motivos, razões, circunstâncias não alcançamos a qualidade na educação, e não temos educação de qualidade? São muitos os fatores, mas, certamente não pensamos que a baixa remuneração dos professores esteja atrelada ou que seja elemento preponderante na equação.

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