quarta-feira, 6 de maio de 2015

INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS NA EDUCAÇÃO: RECURSOS HUMANOS

O que pensamos que é necessário de investimentos em recursos humanos, não é, e nem tem como ser, nem mesmo ter o enquadramento que os políticos defendem, e também, não é o mesmo olhar que diretores e especialistas em educação tem sobre o assunto.

Há vários aspectos necessários dos recursos humanos que devem fazer parte da gestão da educação. Desde os recursos individuais e os coletivos, deveria a gestão da educação priorizar certos aspectos deixados de lado, como se irrelevantes fossem.

É do senso comum, até entre os especialistas em sociedade humana, que humano feliz, satisfeito, bem-sucedido são aqueles humanos que ganham muito dinheiro, tem maiores salários, tem ascensão social, tem móveis, imóveis e automóveis.

Tome por exemplo uma pessoa contratada para trabalhar no setor de alimentação, as conhecidas como merendeiras. Estando num ambiente de educação, esta pessoa acredita na transformação que a educação proporciona, e então, avança nos estudos e em poucos anos está graduada em nutrição.

O que é que acontece com esta pessoa após a graduação em nutrição? Antes de opinar sobre esta situação, as orientações da Recomendação 195 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), "Sobre o Desenvolvimento dos Recursos Humanos: Educação, Formação e Aprendizagem permanente" publicado no site: http://www.oitbrasil.org.br, entre muitos, são:

a) reconhecer que a educação e a formação são um direito de todos e, em colaboração com os interlocutores sociais, esforçar-se para assegurar o acesso de todos à aprendizagem permanente;

b) reconhecer que a conquista da aprendizagem permanente deveria basear-se em um compromisso explícito: por parte dos governos, de investir e criar as condições necessárias para melhorar a educação e a formação em todos os níveis; por parte das empresas, de formar a seus trabalhadores, e, por parte das pessoas, de desenvolver suas competências e trajetórias profissionais.

E, depois de graduada, se a pessoa gostar e desejar continuar em sua atividade na escola trabalhando como merendeira, como deveria ser remunerada, como merendeira ou como nutricionista?

A satisfação humana ou contentamento é relativo. Há pessoas que tem graduação em certas áreas, mas, gostam mesmo é de fazer outras coisas mais simples e mais gratificante a si mesmo. Então, não vemos nada estranho, se esta pessoa, ainda que graduada em nutrição desejar continuar a ser merendeira.

Em nossa visão leiga, entendemos, que deveria ser uma atividade dos recursos humanos, identificar pessoas que gostem do que fazem, e as incentivem a conquistar novos patamares da profissionalização por meio da educação, e continuem com suas atividades que lhe trazem prazer e contentamento.

Não desejamos impor à educação uma rigidez de cargos, funções e habilidades. No entanto, deveria haver sim este investimento no setor da educação, que seria de grande valia para o setor, manter pessoas motivadas e em atividade que elas são especialistas. Porém, há um grande entrave: a hierarquia de cargos e funções.

Tudo fica engessado e imóvel. Há cargos e funções abaixo, acima, superior, melhor, maior. E, por isto, se uma merendeira se formar em nutrição, deve ela sair da função e ir para o cargo de sua formação; se alguém que trabalha no setor de segurança e se formar, por exemplo, em segurança do trabalho, a tendência é de não poder aproveitar esta nova realidade e deixar-lhe no setor de segurança.

A tendência é mesmo esta: estudou, graduou, muda-se de função, atividade para se ter melhor e maior remuneração, ou seja, não há reconhecimento de graduação e pagamento correspondente se não mudar de setor e função.

É uma utopia de alguns imaginar que a educação em todos os setores, tenham pessoas com formação de ensino médio, graduação, doutorado e mestrado, e que, cada qual exercendo suas atividades tenha remuneração por seu trabalho, e por sua graduação. É uma regra em que, pessoas formadas em cursos de nível superior não exerça, nem faça trabalhos de quem tem apenas nível fundamental, básico e médio. Por mais estranhos que pareça, até os concursos é assim separado e editado. Se alguém de nível superior, por exemplo, gostar de dirigir, não é ilegal, mas é visto como algo imoral.

O que há de imoral nisto? O fato de ser formado em nível superior, e concorrer com motoristas, em que, o nível de escolaridade, é abaixo de nível superior. E, para muitos que tem nível superior em outras atividades e abandona tudo e vai dedicar suas forças e energia no que gosta de fazer, é visto como alguém fora do ninho; alguém desalinhado e fora do sistema.

Isto são apenas algumas ideias e comentários de leigos. Evidente que, para especialistas, fora da realidade. Mas, seria excelente, se uma doutora em alfabetização continuasse até seus últimos dias como alfabetizadora, no entanto, seus rendimentos e honorários fossem proporcional a sua formação e mais do que sua quantidade de horas de atividade.

Seria excelente se os administradores dos recursos da educação fossem todos formados em administração, magistério, psicologia, pedagogia entre tantos cursos que auxiliariam estes servidores nas funções que exercem, e que, teria ampla visão sobre a educação, e ampla visão dos educandos, e também, que fossem instados a permanecerem em suas atividades, funções que mais gostam de exercer.

Para muitos especialistas, isto acima, no último parágrafo é apenas um delírio de pessoas que não sabem da missa a metade!

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